terça-feira, 22 de março de 2011

“O homem não se relaciona com a água: ele é água”

Você sabia que 83% do nosso sangue é água? E que a agricultura é responsável por 70% da água de superfície do planeta?  Essas são algumas informações que o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves nos traz em seu livro “A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização”. Segundo ele, é muito importante lembrar que além das etapas que normalmente são representadas no ciclo da água, há uma infinidade de outros aspectos que devem ser considerados, como por exemplo, a própria pessoa que desenha esse ciclo. Afinal, o homem possui, em média, mais de 70% de água em seu corpo. Leia o trecho abaixo:
 “Quando transpiramos ou fazemos xixi, estamos imersos no ciclo da água. O ciclo da água não é externo a cada um de nós, passando por nossas veias materialmente e não só literalmente – nosso sangue é, em 83%, água. Quando nos sentamos à mesa para comer deveríamos saber que o cereal, a fruta e o legume não só contêm em si mesmos água, como também todo o processo de sua produção agrícola envolveu um elevado consumo de água. A agricultura é responsável pelo consumo de 70% da água de superfície do planeta. Assim, é todo o sistema agrário-agrícola que está implicado “no ciclo da água”. O mesmo pode ser dito dos pratos de cerâmica ou de metal, dos talheres de aço inoxidável ou de alumínio que, para serem produzidos, exigem um elevadíssimo consumo de água, além de lançarem resíduos líquidos em altíssima proporção no ambiente. Em todo o mundo a indústria é responsável pelo consumo de 20% da água superficial." (PORTO-GONÇALVES, 2006, p. 418).
O autor acrescenta que é importante lembrarmos que água é fluxo, movimento e circulação. Afinal, “por ela e com ela flui a vida e, assim, o ser vivo não se relaciona com a água: ele é agua” (PORTO-GONÇALVES, 2006, p. 418). O blog Consciência Ampla, por sua vez, traz uma reportagem sobre o o Water FootPrint, site que permite fazer o cálculo da Pegada Hídrica, isto é, o volume de água que você utiliza em seu cotidiano. Entretanto, também se chama atenção que a maioria da água que consumimos não é visível. Exemplo disso é que, segundo informações do Water FootPrint, são gastos cerca de 140 litros para que se produza uma xícara de café. Já para o processo de produção de 1 quilo de arroz – da plantação até o consumidor final – são gastos 3 mil litros de água. Vê-se, dessa forma, que Porto-Gonçalves (2006) tem toda razão quando denuncia a simplificação da maioria dos ciclos da água. Agora a seguinte dúvida martela a cabeça: quantos litros d'água foram e são necessários para que esta postagem chegue até você? Pense nisso!

Em tempo, para calcular sua Pegada Hídrica de forma simplificada clique aqui. Para detalhá-la venha por aqui. O conteúdo é em inglês.  


Referências:

Conheça a sua Pegada Hídrica! Blog Consciência Ampla. Disponível em: <http://conscienciaampla.wordpress.com/2010/05/25/pegada-hidrica/> Acesso em 22 de mar. 2011.

PORTO–GONÇALVES, Carlos Walter. A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

Texto redigido por: Higor Mozart Geraldo Santos.



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